terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MATÉRIA NATAL SEM CULPA - AT REVISTA 11/12


SEM CULPA
Saiba o que fazer para aproveitar as festas de fim de ano de bem com a balança e livre de qualquer indisposição

Comida e bebida em excesso. Este parece ser o mantra de muita gente durante as festas de fim de ano. E mesmo que, desta vez, as comemorações do Natal e do Ano-Novo não se estendam por tantos dias – pois caem exatamente no fim de semana –, sempre é bom tomar cuidado para não se entregar à tentação de abusar da mesa farta, inclusive nas várias confraternizações do mês de dezembro. Já que os excessos costumam trazer efeitos indesejados para a saúde, que podem ir muito além dos famosos quilinhos a mais.
De acordo com a Nutricionista Funcional Tatiana Pimentel, uma estratégia é começar a ceia com uma salada caprichada, porque os legumes e, principalmente, as verduras têm fibras que ajudam a diminuir a fome. Também é importante fazer um prato bem colorido, afinal isso é garantia de uma refeição equilibrada, rica em nutrientes. "Optar por alimentos de tonalidades diferentes garante o consumo de vários nutrientes. Sugiro colocar no prato, por exemplo, grão-de-bico, alface, rúcula, almeirão e, se possível, algum peixe, para já ingerir uma fonte de proteína. Pode ser o bacalhau, que está presente na maioria das ceias".
Como os extremos nunca são recomendáveis, do mesmo modo que não se deve abusar do que está à mesa, a pessoa não deve se privar do prazer de usufruir dos cardápios das festas de fim de ano. A dica é comer e beber o que se tem vontade com moderação. Ou seja, você pode experimentar, sim, servindo-se de pequenas porções e prestando atenção para não ingerir muitos itens do mesmo grupo alimentar. Na prática, funciona assim: o arroz, a batata, a maionese e a farofa pertencem ao time dos crboidratos.  Portanto, fique esperto na forma como combina esses itens. Limite-se a saborear um pouco de cada uma destas opções. Por sua vez, o chester, o pernil, o peru e o bacalhau se enquadram na categoria das proteínas. Procure misturar porções pequenas de tais alimentos. No que se refere às gorduras, priorize as que são consideradas de boa qualidade. Em outras palavras: não ignore as castanhas, o azeite de oliva e o óleo de coco. Sem falar dos peixes, que são ricos em ômega 3 – nutriente que melhora a memória e auxilia contra o Alzheimer e os problemas cardiovasculares. As sobremesas merecem cuidado redobrado, pois o pior período para consumir açúcar e carboidratos em geral é após às 18 horas, quando o corpo diminui suas atividades e, consequentemente, o gasto de energia. Aí, como a queima de calorias cai durante a noite, a tendência é de que haja maior acúmulo de gordura principalmente na região do abdômen.


ADEUS, INCÔMODO!

Ao fazer escolhas saudáveis nas ceias, balanceando a quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras no prato –, a pessoa ainda contribui com o processo de digestão, o que é sinônimo de uma noite de sono tranquila, sem a sensação de estufamento ou qualquer mal-estar. Pensando nisto, Tatiana Pimentel aconselha maneirar na ingestão de alimentos que não são comuns no cotidiano. "Especialmente os mais gordurosos costumam alterar o andamento da digestão". Outra atitude valiosa é evitar tomar muita água, assim como as demais bebidas, durante a refeição. Tudo porque os líquidos não só atrapalham a digestão como podem causar refluxo e gases. Também é fundamental não encarar a ceia como a única refeição do dia. A indicação dos especialistas de se alimentar a cada três, quatro horas continua nessa época, justamente para que a pessoa não se sinta indisposta pela baixa do nível de energia do organismo (glicose) e sinta vontade de comer tudo o que vê pela frente. É bom lembrar que, quando o corpo não recebe nutrientes com regularidade, tende a armazenar mais do que precisa, pois não “sabe” quando terá acesso a alimentos novamente. Com isto, há acúmulo de gordura, ganho de peso.
Para completar, no dia da ceia, consuma bastante água e frutas – estas últimas são ricas em fibras e ajudam a hidratar e desintoxicar o organismo.

No dia seguinte, tome um café da manhã equilibrado e consuma as sobras de jeito ainda mais comedido. Atenção: enquanto nas ceias é permitido misturar itens do mesmo grupo alimentar, nos dias 25 e 1o contente-se com apenas o representante mais nutritivo de cada categoria.


PLANO B
Quando o abuso é inevitável, entram em cena as medidas para contenção de danos. Logo depois da ceia, prepare um chá de hortelã ou de camomila com gotas de limão. Isso vai ajudar o processo de digestão. No dia seguinte, tome no café da manhã um copo de suco de abacaxi com hortelã e couve, que ajuda a desintoxicar o organismo. Para acompanhar, coma uma fatia de pão integral com queijo branco, geleia sem açúcar ou creme de ricota. Se preferir, substitua isto por uma salada de frutas com granola e uma colher de sopa de óleo de coco. Outra opção é um copo de iogurte desnatado com linhaça e quinoa. De almoço, faça uma salada bem colorida que inclua ervilha, grão-de-bico ou feijão fradinho. Não esqueça de consumir arroz integral, legumes refogados e um filé grelhado de frango ou de peixe – o ideal é o salmão. O menu do jantar deve ser ainda mais leve. Coma uma salada caprichada com um omelete ou um grelhado. No decorrer dos dias 25 e 1o, não deixe de se alimentar a cada três, quatro horas. Nos lanches entre as refeições principais, aproveite que as frutas secas estão disponíveis e ingira um pouco de cada uma delas, porque contêm gorduras boas e auxiliam na desintoxicação do corpo. Se acordar muito tarde, pule o lanche da manhã. Algumas horas depois do café, já almoce. Beba bastante água ao longo do dia. Se quiser, priorize a água de coco. E em caso de exagero nas bebidas alcoólicas, a boa hidratação é mais essencial do que nunca. Para reforçar a dieta de desintoxicação, tome uma xícara de chá verde com um pouco de gengibre no meio da manhã ou da tarde.

DE OLHO NA ALERGIA
O Natal e o Ano Novo podem se transformar em verdadeiras armadilhas para os alérgicos de plantão, que equivalem a 35% da população mundial. A lista
dos alimentos das ceias que mais desencadeiam crises traz a carne de porco, os vinhos branco e tinto, o suco de uva, o leite de vaca e seus derivados, a cerveja, os frutos do mar, o chocolate e as castanhas em geral, com destaque para o amendoim. E se a pessoa sabe que tem alergia a algo, deve evitar a sua ingestão – este é o tipo de coisa que não precisaria ser dita, mas sempre há quem decide brincar com a sorte em nome do clima festivo, postura também adotada por algumas pessoas que sofrem de diabetes.
"As alergias alimentares tem a enxaqueca como um dos seus sintomas. Dependendo da gravidade do quadro, há até o risco de morte", afirma o imunologista e alergologista Marcello Bossois, que faz a coordenação técnica do projeto social Brasil Sem Alergia.

PRAZO VENCIDO
As intoxicações alimentares também são tradicionais durante as festas de fim de ano. Afinal como a maior parte das guloseimas do Natal e do Ano Novo foi importada do Hemisfério Norte – onde agora está frio –, o calor típico do Brasil faz com que os produtos especialmente de origem animal estraguem com facilidade, ainda mais se não forem conservados de forma adequada.
"Quando o alimento estraga, as bactérias começam a se multiplicar e a produzir toxinas. Ao consumirmos esta comida, podem aparecer manchas que se assemelham a um quadro alérgico no corpo. Estou acostumado a ver situações assim no consultório nessa época do ano. O paciente vem achando que tem, por exemplo, alergia a carne de porco enquanto, na realidade, ingeriu pernil estragado", alerta Marcello Bossois. Em função disto, a pessoa deve analisar o produto desde a hora em que o adquire na loja.
Os alimentos de origem animal precisam apresentar comprovantes de que estão registrados no Ministério da Agricultura e na Vigilância Sanitária da cidade. Outro cuidado necessário é observar a maneira como a comida está exposta no supermercado. Em casa, depois da ceia, nada de deixar os alimentos em cima da mesa. Guarde-os devidamente refrigerados para o dia seguinte. Não esqueça de que bastam algumas horas fora da geladeira para que estraguem, principalmente se forem de origem animal. Para driblar o problema da falta de espaço de armazenamento no refrigerador, reduza a quantidade de pratos que vai servir no Natal e no Ano Novo